O barulho forte das marretas ecoava por toda aquela cidadezinha do interior. Os curiosos ficavam andando de lá pra cá, extasiados ao ver tanta coisa diferente.
Homens passando com roupas coloridas, puxando jaulas de animais e fazendo muita algazarra, mudando a rotina do lugar.
A grande tenda estava sendo armada.
- Mãe olha um macaco!- exclamava uma criança alvoroçada
quando via aquela figura pulando freneticamente de um lado para o outro, chamando a atenção das pessoas que ali se aglomeravam. Elas nem imaginavam que se tratava de um anão vestido de macaco.
Deviam ter uma renda muito baixa, pois não possuíam muito luxo como os outros circos costumavam ter, aquele circo havia pertencido a um velho alcoólatra que cheio de dívidas, se viu obrigado a vendê-lo de uma hora para outra e os artistas que não tinham para onde ir, continuavam a se apresentar normalmente.
A única coisa que mantinha o circo em pé era o Show de Horrores e os palhaços, que quando entravam no picadeiro deixavam as crianças explodindo em gargalhadas com suas brincadeiras sem graças, mas elas não se importavam, pois nunca tinham visto um palhaço antes. Eram palhaços de maquiagens fortes, sapatos descomunais, cabelos coloridos e sorrisos falsos
O Show de Horrores era a maior atração e a mais freqüentada pelos adolescentes, pois apenas os maiores podiam entrar mas os mais novos sempre davam um jeitinho de assistir ao espetáculo muitas vezes de graça.
Dentro da tenda mal iluminada, havia um bebê de duas cabeças dentro de um vidro grande, coberto por um líquido amarelo e viscoso. Gêmeos siameses que conversavam entre si, (devia ser divertido ver um deles fumando enquanto o outro não suportaria o cheiro da fumaça). Indo mais adiante, um bezerro com três olhos, um cão com seis patas e uma mulher muito gorda. Ainda na tenda de horrores, havia um homem de aparência simiesca com o corpo coberto de pelos que lembrava e muito nossos antepassados pré-históricos era um tanto rude e todos o chamavam de Charlie.
Charlie, o macaco.
A noite caia e mais um espetáculo começava. Malabaristas, mágicos e palhaços. Após o show, uma mãe desesperada gritava pelo nome do filho que havia desaparecido, mas não deram muita atenção, pois era normal as crianças se desgarrarem das mães em locais onde há um acumulo muito grande de pessoas. Deram uma busca infrutífera no circo e nada encontraram.
No dia seguinte o circo continuava seu trabalho rotineiro. Alimentar os animais, limpar as arquibancadas para mais um show. Os animais estavam inquietos e Charlie parecia mais agitado e agressivo do que de costume.
E assim antes do show começar, os palhaços se maquiavam, para arrancar risadas histéricas de criancinhas lindas de bochechinhas rosadas. Enquanto se arrumavam, o assunto era um só. O desaparecimento da criança.
Todos conversavam sobre o acontecimento, pois não era um sumiço normal...
- Seria esse circo amaldiçoado?
- Mais uma criança desaparecida nessa cidade também como se não bastasse aquela em Cruz das Almas!
- Vamos é ficar sem emprego logo, logo e aí? Viveremos do quê?
Eles pareciam mais preocupados consigo mesmo...
Na grande tenda, cheia de remendos, as apresentações começavam. Lá fora uma noite de lua clara, só se ouvia o barulho dos aplausos e assovios em meio ao som dos instrumentos desafinados.E novamente no final do espetáculo mais uma criança tinha desaparecido. Os pais já não queriam explicações. Achavam que o circo tinha algo a ver com os sumiços, já que eram duas crianças desaparecidas.
As pessoas da cidade estavam furiosas, com tochas em punho prontas para incendiar o circo.
Depois de tantas buscas pelos arredores sem que nenhuma pista fosse encontrada, alguém grita...
Saindo de traz das barracas escuras vinha Charlie, com passos incertos e carregando um corpo inerte, que jazia em seus braços ensangüentados.
Ninguém se conformava com o que viam. Qual ser faria tal coisa... Principalmente Charlie, que só tinha a aparência assustadora, mas era inofensivo...
Foi então que o dono do circo vendo seu empreendimento ir por água abaixo ordenou que entregassem o suposto assassino às autoridades. Infelizmente ninguém impediu que fizessem justiça com as próprias mãos. O pobre homem nem mesmo pôde se defender, afinal nem falar ele sabia a não ser emitir grunhidos desconexos.
No dia seguinte, logo pela manhã, o velho circo estava de partida...
A grande tenda era dobrada e o elenco guardava as fantasias.
Os malabaristas, anões, mágicos, palhaços.
Palhaços.
E um certo palhaço tomava muito cuidado em empurrar os restos de seu café da manhã para dentro de uma velha arca negra, corroída pelo tempo, e limpar as marcas de sangue de sua roupa de babados cor de rosa.
Tudo guardado para ser usado novamente na próxima cidade, onde ele faria as lindas criancinhas de bochechas rosadas rirem...
Rirem...
Homens passando com roupas coloridas, puxando jaulas de animais e fazendo muita algazarra, mudando a rotina do lugar.
A grande tenda estava sendo armada.
- Mãe olha um macaco!- exclamava uma criança alvoroçada
quando via aquela figura pulando freneticamente de um lado para o outro, chamando a atenção das pessoas que ali se aglomeravam. Elas nem imaginavam que se tratava de um anão vestido de macaco.
Deviam ter uma renda muito baixa, pois não possuíam muito luxo como os outros circos costumavam ter, aquele circo havia pertencido a um velho alcoólatra que cheio de dívidas, se viu obrigado a vendê-lo de uma hora para outra e os artistas que não tinham para onde ir, continuavam a se apresentar normalmente.
A única coisa que mantinha o circo em pé era o Show de Horrores e os palhaços, que quando entravam no picadeiro deixavam as crianças explodindo em gargalhadas com suas brincadeiras sem graças, mas elas não se importavam, pois nunca tinham visto um palhaço antes. Eram palhaços de maquiagens fortes, sapatos descomunais, cabelos coloridos e sorrisos falsos
O Show de Horrores era a maior atração e a mais freqüentada pelos adolescentes, pois apenas os maiores podiam entrar mas os mais novos sempre davam um jeitinho de assistir ao espetáculo muitas vezes de graça.
Dentro da tenda mal iluminada, havia um bebê de duas cabeças dentro de um vidro grande, coberto por um líquido amarelo e viscoso. Gêmeos siameses que conversavam entre si, (devia ser divertido ver um deles fumando enquanto o outro não suportaria o cheiro da fumaça). Indo mais adiante, um bezerro com três olhos, um cão com seis patas e uma mulher muito gorda. Ainda na tenda de horrores, havia um homem de aparência simiesca com o corpo coberto de pelos que lembrava e muito nossos antepassados pré-históricos era um tanto rude e todos o chamavam de Charlie.
Charlie, o macaco.
A noite caia e mais um espetáculo começava. Malabaristas, mágicos e palhaços. Após o show, uma mãe desesperada gritava pelo nome do filho que havia desaparecido, mas não deram muita atenção, pois era normal as crianças se desgarrarem das mães em locais onde há um acumulo muito grande de pessoas. Deram uma busca infrutífera no circo e nada encontraram.
No dia seguinte o circo continuava seu trabalho rotineiro. Alimentar os animais, limpar as arquibancadas para mais um show. Os animais estavam inquietos e Charlie parecia mais agitado e agressivo do que de costume.
E assim antes do show começar, os palhaços se maquiavam, para arrancar risadas histéricas de criancinhas lindas de bochechinhas rosadas. Enquanto se arrumavam, o assunto era um só. O desaparecimento da criança.
Todos conversavam sobre o acontecimento, pois não era um sumiço normal...
- Seria esse circo amaldiçoado?
- Mais uma criança desaparecida nessa cidade também como se não bastasse aquela em Cruz das Almas!
- Vamos é ficar sem emprego logo, logo e aí? Viveremos do quê?
Eles pareciam mais preocupados consigo mesmo...
Na grande tenda, cheia de remendos, as apresentações começavam. Lá fora uma noite de lua clara, só se ouvia o barulho dos aplausos e assovios em meio ao som dos instrumentos desafinados.E novamente no final do espetáculo mais uma criança tinha desaparecido. Os pais já não queriam explicações. Achavam que o circo tinha algo a ver com os sumiços, já que eram duas crianças desaparecidas.
As pessoas da cidade estavam furiosas, com tochas em punho prontas para incendiar o circo.
Depois de tantas buscas pelos arredores sem que nenhuma pista fosse encontrada, alguém grita...
Saindo de traz das barracas escuras vinha Charlie, com passos incertos e carregando um corpo inerte, que jazia em seus braços ensangüentados.
Ninguém se conformava com o que viam. Qual ser faria tal coisa... Principalmente Charlie, que só tinha a aparência assustadora, mas era inofensivo...
Foi então que o dono do circo vendo seu empreendimento ir por água abaixo ordenou que entregassem o suposto assassino às autoridades. Infelizmente ninguém impediu que fizessem justiça com as próprias mãos. O pobre homem nem mesmo pôde se defender, afinal nem falar ele sabia a não ser emitir grunhidos desconexos.
No dia seguinte, logo pela manhã, o velho circo estava de partida...
A grande tenda era dobrada e o elenco guardava as fantasias.
Os malabaristas, anões, mágicos, palhaços.
Palhaços.
E um certo palhaço tomava muito cuidado em empurrar os restos de seu café da manhã para dentro de uma velha arca negra, corroída pelo tempo, e limpar as marcas de sangue de sua roupa de babados cor de rosa.
Tudo guardado para ser usado novamente na próxima cidade, onde ele faria as lindas criancinhas de bochechas rosadas rirem...
Rirem...
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