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  • quinta-feira, 4 de agosto de 2011

    Escorpião Rei: Arquelogia

    Escorpião I foi o primeiro dos dois reis assim chamados do Alto Egito durante o período proto-dinástico. Seu nome pode se referir à deusa escorpião Serket.
    Acredita-se que viveu em Tinis um ou dois séculos antes do reinado do melhor conhecido rei Escorpião II de Nekhen e é provavelmente o primeiro rei verdadeiro do Alto Egito. A ele pertence o túmulo U-j encontrado no cemitério real de Abidos, onde foram enterrados os reis tinitas. Sua tumba é notável por seu tamanho, quantidade de bens e pelos primeiros hieróglifos conhecidos.[1][2] Este túmulo também reproduz um modelo de palácio.[2]

    A tumba foi saqueada na antiguidade, no entanto, foram encontradas muitas placas pequenas de marfim, cada uma com um furo para amarrá-la a alguma coisa, e cada uma marcada com um ou mais hieróglifos arranhados que é pensado serem nomes de cidades, talvez para amarrar oferendas e tributos para acompanhar o que veio de cada cidade. Duas dessas placas parecem ter o nome das cidades de Buto e Baset, no Delta, mostrando que os exércitos do rei Escorpião I havia penetrado no Delta do Nilo. Pode ser que as conquistas de Escorpião I iniciou o sistema hieróglifo, iniciando a necessidade de manter registros e informações por escrito.[3]

    Em Gebel Tjauty foi encontrado pelo professor John Darnell da Universidade de Yale um grafite que narra uma possível vitória de Escorpião I sob um líder regional vizinho que ele capturou.[2] Na imagem é possível perceber a pessoa capturada com as mãos amarradas para trás ao lado do governante que esta segurando em uma mão uma clava e na outra a corda.[2] Também é possível perceber um pássaro bicando uma serpente (o que pode significar um símbolo de "vitória" ou então um nome/região; este símbolo é encontrado em outros locais), um escorpião e um falcão.[2] Uma segunda interpretação da imagem sugere que a pessoa capturada representa de forma figurativa a conquista da elite naqadana que durante o período estava em declínio.[2] O rei derrotado ou o lugar é chamado no grafite de "Cabeça de Touro", uma marcação também encontrada no túmulo U-j.[3]

    Na Núbia foi encontrada uma pedra com um grafite de um grande escorpião atacando um homem com as mãos atadas às costas.[4] Ainda há dois arqueiros cada um em uma ponta do grafite olhando a cena.[4] Este grafite possivelmente é do rei Escorpião I e pode representar uma invasão punitiva da Núbia.[4]

    O túmulo do rei Escorpião I é conhecido no circuito de arqueologia como possível evidência do consumo do vinho antigo. Na busca da tumba, os arqueólogos descobriram dezenas de jarros importados de cerâmica contendo um resíduo amarelo consistente com vinho, datados de 3150 a.C. Sementes de uvas, casca e polpa também foram encontrados.[5]
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Escorpi%C3%A3o_I

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    Escorpião II, também conhecido como Escorpião Rei foi o segundo dos dois reis assim chamados do Alto Egito durante o período protodinástico.[2] Seu nome pode remeter para a deusa escorpião Serket. O nome de sua consorte foi Shesh I,[1] a mãe de Narmer e a bisavó de outra rainha, Shesh II.
    A única evidência pictórica de sua existência é a chamada Cabeça da clava de Escorpião que foi encontrada no Depósito principal por James E. Quibell e Frederick W. Green em um templo em Nekhen (Hierakonpolis) durante a escavação de 1897/1898.[3] Está atualmente em exposição no Ashmolean Museum, em Oxford. A estratificação desta clava foi perdida devido aos métodos das escavadeiras, mas seu estilo parece do período pré-dinástico.[4] Apesar de danificado, as partes visíveis são extraordinários registros do início da história egípcia. Acredita-se que tenha vivido um pouco antes ou durante o reinado de Narmer em Tinis por este motivo, e também pelo conteúdo da clava.
    Escorpião II também foi identificado por um grande grafite em de Gebel Sheikh Suleiman.[2][nota 1] O túmulo deste rei nunca foi identificado, no entanto, foi especulado que poderia ser a quarta camada do túmulo B50 de Abidos ou então a tumba 1 do local 6 de Hierakonpolis.[2]

    A Cabeça da clava de Escorpião representa uma grande figura única com a coroa branca do Alto Egito. Ele possui uma enxada, que foi interpretada como um ritual que envolve o faraó cerimonialmente cortando a primeira estria nos campos, ou então abrindo diques para inundá-los.[5] O nome "Escorpião" é derivado da imagem de um escorpião que aparece imediatamente na frente de seu rosto, que pode representar a deusa escorpião Serket, logo abaixo de uma flor de sete pétalas; o uso e a colocação da iconografia é semelhante à representação do faraó Narmer no lado oposto da Paleta de Narmer. Hieróglifos protodinásticos são difíceis de ler, mas os abibes mortos (o que significa os Baixo egípcios) e nove arcos (ou seja, os inimigos tradicionais do Egito) encontrados na clava são interpretados como evidência de que ele começou ataques contra o Baixo Egito, que acabou resultando na vitória de Narmer e a unificação do Egito.[6] O abibe também foi usado como um hieróglifo que significa "pessoas comuns", portanto, os padrões aos quais estão anexados podem representar os nomes de cidades particulares que Escorpião conquistou.[7]
    Um segundo fragmento menor da clava é referido como a Cabeça Menor da Clava de Escorpião.[8] Pouco resta dessa clava, embora claramente mostra o faraó usando a Coroa Vermelha do Baixo Egito
    Há diversas teorias a respeito de sua identidade. Alguns argumentam que, porque os reis egípcios da I dinastia parecem ter tido vários nomes,[9] Escorpião era a mesma pessoa que Narmer, simplesmente com um nome alternativo. Outros identificaram Escorpião Rei como o antecessor de Narmer, Ka (ou Sekhen); Edwards em 1965, considerou o glifo de Ka, os braços abertos do sinal Ka, como simplesmente uma versão estilicamente diferente de um escorpião.[10] A historiadora Susan Wise Bauer sustenta que Escorpião II e Narmer eram realmente dois reis separados, mas Escorpião II reinou em 3200 a.C., um século antes de Narmer.[11] Como Escorpião II não é atestado em Abidos, ele poderia ser contemporâneo de Narmer, que eventualmente perdeu ou legou Nekhen para Narmer.
    Um programa de televisão britânico[12] propôs que a cabeça da clava foi uma homenagem do rei Narmer a Escorpião I (cuja tumba em Abidos é conhecida). Segundo esta teoria, só havia um escorpião rei protodinástico, ao invés de dois como comumente se postulava.

     
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    terça-feira, 2 de agosto de 2011

    Divindade - Deuses

    O conceito de divindade assumiu, ao longo dos séculos, várias concepções, evoluindo desde as formas mais primitivas provenientes das tribos da antiguidade até as dogmáticas definições das religiões.

    Índice


    • Conceito

    Divindade é um ser sobrenatural, usualmente com poderes significantes, cultuado, tido como santo, divino ou sagrado, e/ou respeitado por seres humanos. Normalmente as divindades são superiores aos seres humanos e à natureza.
    Divindades assumem uma variedade de formas, mas são freqüentemente antropomorfas ou zoomorfas. Uma divindade pode ser masculina, feminina, hermafrodita ou neutra, mas é usualmente imortal.
    Por vezes, as divindades são identificadas com elementos ou fenômenos da natureza, virtudes ou vícios humanos ou ainda atividades inerentes aos seres humanos.
    Assume-se que uma divindade tenha personalidade e consciência, intelecto, desejos e emoções, num sentido bastante humano desses termos. Além disso, é usual que uma determinada divindade presida sobre aspectos do cotidiano do homem, como o nascimento, a morte, o tempo, o destino etc. A algumas divindades é atribuída a função de dar à humanidade leis civis e morais, assim como serem os juízes do valor e comportamento humano.
    É também comum atribuir às divindades, ou a interações entre elas, a criação do universo e sua futura destruição.

    • Visão histórica

    Historicamente, não é possível definir qual foi a primeira tribo a manifestar uma idéia de divindade. As primeiras dessas concepções teriam surgido nos períodos Paleolítico e Neolítico, e teriam sido manifestadas pelo sentimento humano de um vínculo com a Terra e com a Natureza, os ciclos e a fertilidade.[1] Contudo, os escritos mais antigos até hoje encontrados referem-se às concepções vindas das religiões suméria, védica e egípcia, as quais surgiram por volta de 3600 a.C..
    No intuito de criar explicações para a existência dos elementos e dos seres da natureza, bem como para conhecer o sentido dos fenômenos naturais (a tempestade, o vento, o dia e a noite, as estações, etc.), os povos e tribos da antiguidade conceberam diversas divindades que, no mais das vezes, passaram a ter sentimentos e emoções idênticas às dos humanos. Daí derivaram os rituais, cerimônias e sacrifícios, que tinham como objetivo agradecer as benesses enviadas por essas divindades ou aplacar sua ira, que castigava a humanidade com alguma calamidade.

    • Cronologia


    • 300.000 – primeira (questionada) evidência de uma cerimônia de enterro de mortos. Num sítio arqueológico como o de Atapuerca na Espanha, formam encontrados ossos de 32 indivíduos no buraco de uma caverna.[2]
    • 130.000 – Evidência de uma cerimônia de enterro. Neanderthals enterravam os mortos em sítios como os de Krapina na Croácia.[2]
    • 100.000 – O mais antigo ritual de enterro de seres humanos modernos é considerado como originário de Qafzeh em Israel. Há duas cerimônias do que se supõe serem uma mãe e uma criança. Os ossos foram manchados com ocre vermelho.[3][4]
    • 100.000 a 50.000 – Aumento do uso do ocre vermelho em vários sítios arqueológicos da Idade da Pedra. O ocre vermelho é considerado de grande importância nos rituais.
    • 70.000 – traços de culto a cobras descobertos em Ngamiland, região da Botswana.[5]
    • 50.000 – Humanos evoluem em gestos associados com o comportamento do homem moderno. Muito desta evidência tem origem na Idade da Pedra Tardia em sítios africanos. Este comportamento denominado de moderno abrange habilidades com a língua, o pensamento abstrato, simbolismo e religião.[4]
    • 42.000 – cerimônia de rituais de humanos no Lago Mungo (Austrália). O corpo aparece respingado por grande quantidade de ocre vermelho. Isso é considerado como uma evidência de que o povo australiano importou os rituais que eram praticados na África.E ai se criaram as deliciosas abóboras.
    • 40.000 – início do Paleolítico Superior na Europa. Há uma abundância de fósseis incluindo cerimônias elaboradas de enterro de mortos; registro arqueológicos das chamadas vênus paleolíticas e arte rupestre. As estatuetas de Vênus são consideradas deusas da fertilidade. As pinturas de caverna em Chauvet e Lascaux são consideradas representativas da manifestação de um pensamento religioso.
    • 30.000 – O mais recente registro da cerimônia de enterro de um shaman (pajé ou sacerdote).[6]
    • 11.000 – início da Revolução Neolítica.

    • Visão contemporânea

    Atualmente, muitos intelectuais questionam e especulam sobre o próprio conceito de Divindade, como também diversas investigações históricas e arqueológicas tentam desvendar os acontecimentos e circunstâncias em que os homens primitivos criaram os primeiros conceitos religiosos.

    • A visão oriental


    No Oriente a partir dos séculos VII e VI aC., surgiram sistemas filosóficos (budismo, taoismo, confucionismo, que não veneram divindades, mas se baseiam em conceitos não-teísticos, os quais chegaram aos nossos dias, com centenas de milhões de adeptos espalhados por vários países dos mundo.
    No Extremo Oriente (China, Japão e Índia) foram desenvolvidos complexos conceitos filosóficos não-teísticos, os quais, ao longo do tempo, tem se mesclado com as tradições de primitivas religiões politeístas, que sempre ali existiram e que estavam profundamente enraizadas no espírito do povo.

    • Xintoísmo – É uma religião nativa do Japão. Envolve a adoração dos Kami, que representam deuses, ou os espíritos da natureza, ou ainda, simplesmente uma presença espiritual. O tema principal e mais importante na religião Xintoísta é um grande amor e reverência pela natureza. Assim, a Lua, uma Cachoeira ou uma Rocha podem ser observados como um Kami. Os Kamis não são divindades transcendentes, mas sim seres divinos que estão próximos a nós, que habitam o mesmo mundo que nós, cometem os mesmos erros que nós, e têm sentimentos e pensamentos semelhantes aos nossos. Uma pessoa que morre pode automaticamente ser transformado em Kami, não importando o tipo de vida que ela tenha levado. Os Kamis podem ser bons ou maus. O Xintoísmo é uma coleção de rituais e métodos que regulam as relações entre os seres humanos e as divindades (Kami). A vida após a morte não é uma preocupação primária para os xintoístas, pois uma ênfase maior é colocada em encontrar a felicidade na vida nesse mundo.
    • Taoísmo – É uma filosofia não-teística criada por Lao-Tsé, que expôs seus pensamentos no livro: Tao Te Ching. O conceito Deus, conforme é conhecido na tradição ocidental, não existe nesta filosofia. Tudo o que existe é o Tao, que significa “O Caminho”. Tao é um conceito que transcende as dimensões espaço-tempo e, portanto, não pode ser compreendido pela limitada mente humana. Constitue a essência do universo, a realidade última e indefinível, e é através do Tao – termo e meio eterno da evolução – que passam todas as coisas. Tudo é cíclico, pois Tao é a energia que flui através de toda a vida. De Tao deriva-se Yin e Yang – o número dois, que representa a natureza dual de todas as coisas (bom-ruim, vida-morte, dia-noite, claro-escuro, felicidade-tristeza, saúde-doença). De Yin e Yang nasce implicitamente o três (Céu, Terra e Humanidade) e, finalmente, por extensão, se produz a totalidade do mundo na forma como o vemos e conhecemos.
    • Budismo – Criado por Siddhartha Gautama, o Buda ou o Iluminado, é geralmente visto como uma religião não-teística, embora pregue a existência de deuses – os devas – que são criaturas que gozam de grande felicidade em seus mundos celestiais. Contudo, esses seres, não são eternos e estão sujeitos à morte e a eventuais renascimentos como seres inferiores, amarrados a um determinado aspecto da natureza, no qual terão que incondicionalmente trabalhar. A existência do homem é passageira e cíclica – o Samsara (conjunto dos ciclos de nascimento e morte). O homem somente estará livre desse “Ciclo de Renascimentos” quando eliminar definitivamente seu auto-apreço atingindo a libertação ou Nirvana. Para os budistas somente os seres-humanos podem atingir o nirvana ou a iluminação, os deuses por desconhecerem o sofrimento são incapazes de gerar renúncia ou compaixão. O ser Iluminado confunde-se então com a Mente Universal. Diversos Tantras budistas declaram sobre esse Ser Iluminado: “Eu sou o Núcleo de todas as coisas que existe. Eu sou a Semente de todas as coisas que existe. Eu sou a Causa de todas as coisas que existe. Eu sou a Raiz da Existência”.


    • Confucionismo - Sistema filosófico, religioso e ético desenvolvido a partir dos ensinamentos de Confúcio. O objetivo principal dessa filosofia consiste - não em subjugar as pessoas a um Ser Superior (Deus) - mas sim, através de Ritos, trabalhar no interior delas, a fim de moldar seu comportamento e dar auto-controle sobre seus desejos. Nesse sentido, todos reconhecerão sua posição relativa diante de seus semelhantes, identificando a cada instante quem é o mais jovem e quem é o mais sábio, quem é o visitante e quem é o dono da casa, e assim por diante; e atingirão o conhecimento sobre sua obrigação entre os outros e sobre o que esperar deles. Há obrigações específicas prescritas para todos os participantes em todas as ramificações do relacionamento humano. "Não faça aos outros, aquilo que voce não quer que eles façam a você", é a máxima chinesa conhecida como Regra de Ouro do Confucionismo. A solidariedade e a educação são os grandes ideais buscados por essa filosofia, e em Confúcio está o maior exemplo dessas virtudes.
    • Deusa Mãe - Precedido por cerimônias de cultos aos mortos (300 mil a.C.), data de 30 mil anos a.C. o primeiro registro humano de um sentimento de culto e de religião a uma divindade feminina;[1] segundo alguns autores, o vínculo com a Terra, a Natureza, a fertilidade e os ciclos teria formado o primeiro sentimento humano de divindade e o mito do útero de uma Deusa mãe ou Mãe Cósmica. Inicialmente cultuada na Índia, como Kali, a Mãe Informe, recebeu depois o nome de Tiamat (Babilônia), Temut (Egito), Nu Kua (China), Têmis (Grécia pré-helênica) e Tehom (Síria e Canaã) ou Abismo (Bíblia). Esta concepção teve origem na experiência do nascimento humano, que consistia na única origem possível das coisas: a visão de um útero cheio de sangue era capaz de criar magicamente a prole. A partir do sangue divino do útero e através de um movimento, dança ou ritmo cardíaco, que agitava este sangue, surgia os "frutos", a própria maternidade. Muitas tradições referiram o princípio do coração materno que detém todo o poder da criação. Este coração materno, "uma energia capaz de coagular o caos espumoso" organizou, separou e definou os elementos que compõem e produzem o cosmos; a esta energia organizadora os gregos deram o nome de Diakosmos, a Determinação da Deusa. Os egípcios, nos hieróglifos, chamaram este coração de ab e os hebreus foram os primeiros a chamar de pai. O coração e o sangue definiriam um elo imanente a todos os seres que dele nasciam e a idéia de coração oculto do universo que pulsa e mantém o ritmo de ciclos das estações, dos nascimentos, mortes, destinos. Este é o significado que está no Livro dos Mortos ou das mutações. No mesmo sentido o livro chinês I Ching é denominado Livro das Mutações.[7]

    • Outros conceitos

    Além da visão teística (politeísmo ou monoteísmo), a divindade pode ainda ser visualizada sob a ótica dos seguintes conceitos filosófico-religiosos:

    • Ateísmo – Contrapondo-se à visão do teísmo, o ateísmo afirma a existência somente deste mundo não existindo outros deuses a não ser o proprio homem. Para alguns ateus, o conceito Deus deixou como sequela para a humanidade uma inumerável quantidade de tradições e costumes, mantidas em seu nome, que conduziram o ser humano a um segundo plano, fato este que fez girar a roda da história contra ele mesmo, subjugando-o à vontade deste conceito intangível, e limitando sua vida e sua criatividade por gerações e gerações.
    • Agnosticismo – Dentro da visão agnóstica, não é possível provar racionalmente a existência de Deus, como também é igualmente impossível provar a sua inexistência. O politeísmo e o monoteísmo enquadram-se dentro de uma visão gnóstica de deus, isto é, Deus ou os deuses são seres cujos atributos estão perfeitamente definidos ou revelados em seus livros sagrados. Para um agnóstico, no entanto, Deus pode até existir, porém suas características são incompreensíveis para a razão humana.
    • Panteísmo – A visão panteísta sustenta que o Universo inteiro é o próprio Deus. Assim: "Deus é o Universo, e o Universo é Deus". No panteísmo dá-se ênfase às divindades imanentes, enquanto que no Panenteísmo (visão em que o Universo está inteiramente contido em Deus, porém Este é alguma coisa maior que o Universo) dá-se ênfase às características transcendentais de Deus.
    • Animismo – Crença na qual se atribui a todos os elementos do cosmos (Sol, Lua, estrelas), a todos os elementos da natureza (rio, oceano, montanha, floresta, rocha), a todos os seres vivos (animais, árvores, plantas) e a todos os fenômenos naturais (chuva, vento, dia, noite) um princípio vital e pessoal, isto é, uma Alma. Consequentemente, todos esses elementos são passíveis de possuirem: sentimentos, emoções, vontades ou desejos, e até mesmo inteligência. Resumidamente, os cultos animistas alegam que: "Todas as coisas são Vivas", "Todas as coisas são Conscientes", ou "Todas as coisas têm uma Alma". Atualmente, discute-se quais foram historicamente os primeiros cultos que deram origem a todas as religiões e a todos os deuses. Alguns historiadores e cientistas defendem a tese de que foram os mitos politeístas, enquanto outros afirmam que foram os cultos animistas.
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    segunda-feira, 18 de julho de 2011

    Deusa Cerridwen


    O caldeirão tem sua base mitológica na tradição celta. O vaso de prata era chamado de "Caldeirão de Regeneração". O sangue despejado dentro dele devia formar uma bebida regeneradora ou um banho. Também está registrado que o caldeirão deveria ferver até que produzisse "três gotas da graça da inspiração", desta forma é conhecido como o Caldeirão da Inspiração", produzindo uma bebida semelhante ao "soma".

    Este caldeirão da Deusa Cerridewn foi o precursor do Santo Graal. Afirma-se que no Graal havia uma fusão do caldeirão mágico do paganismo celta e do cálice sagrado do cristianismo, com os produtos tornados místicos e gloriosos.

    A simbologia o torna uma ferramenta de transformação, mas também como a imagem do ventre materno. Acredita-se que o caldeirão é capaz de transforma a base material em espiritual, a mortal em imortal e de formar a bebida da imortalidade e inspiração.

    O caldeirão do renascimento é um tema que se repete em muitos contos célticos.

    ARQUÉTIPO DA MÃE PROVEDORA DA VIDA E MORTE  

    Para os galeses, Cerridwen é uma Deusa Tríplice (donzela, mãe e mulher idosa), cujo animal totêmico é uma grande porca branca. Ela é a mãe que conserva todos os poderes da sabedoria e do conhecimento. É ao mesmo tempo Deusa parteira e dos mortos, pois o mesmo poder que leva as almas para a morte, traz a vida. De seu ventre parte toda a vida e a vida provém da morte. Do interior de seu caldeirão emanam porções, com as quais Cerridwen comanda a sincronicidade de todo o Universo e intervém nos assuntos humanos para auxiliar seus adoradores.

     Seu aspecto caracterizado em corpo de uma velha, representa o conhecimento de todos os mistérios que só a idade e a experiência podem proporcionar. Ela é a Deusa que devemos reverenciar nos momentos de dificuldades e anulação de qualquer tipo de malefício. Ela é a Deusa do caos e da paz, da harmonia e da desarmonia.

    Deusa da lua, dos grãos, da natureza. A porca branca comedora de cadáveres representando a Lua. Associa-se a morte, a fertilidade, a inspiração, a astrologia, as ervas, os encantamentos, o conhecimento...    

    Conta-se que Cerridwen, com a bebida de seu caldeirão transformava um homem comum em um rei. Sua história vem do País de Gales medieval e se encontra escrita em "The Mabinogi (1977) de Patrick K. Ford. Cerridwen, viveu à margem de Llyn (lago), casada com Tegid  Foel,com quem teve dois filhos. Um era belo, mas o outro muito feio, chamado de "Morfran" (grande corvo). Pensou então que o único remédio contra esta adversidade, seria torná-lo sábio. Para tanto, ela juntou ervas e fez para ele uma poção mágica. Demorou um ano e um dia para terminar a tal poção. Gwyon Bach, seu assistente estava encarregado de vigiar o fogo e a poção, mas foi advertido para não bebê-la. Entretanto, quando três gotas a poção saltaram do caldeirão, Gwyon empurra o filho de Cerridwen e as bebe. Instantaneamente, ele possuía a sabedoria do mundo, sabia até mesmo que Cerridwen tinha a intenção de matá-lo. Ele fugiu e ela foi atrás dele, no que se chamou de "Caçada Mágica".

    Gwyon transformou-se em uma lebre e Cerridwen em um cão, transformou-se então em um salmão e ela em uma lontra. Por último transforma-se em um grão de trigo, mas a Deusa em corpo de uma galinha o come. Nove meses mais tarde Cerridwen deu à luz em Taliesin, o maior dos Trovadores Celtas. Depois de tê-lo em seu seio, não conseguiu mais matá-lo. Ela então o coloca dentro de um saco de pele e introduzindo-o dentro de uma pequena barca, que fica a deriva sobre as ondas.

    Elphin, filho de um rico proprietário de terras, salvou o bebê e lhe deu o nome de Taliesin (semblante radiante). A criança reteve todo  o conhecimento e sabedoria adquiridos pela poção e tornou-se um importante e talentoso Bardo.

     INTERPRETAÇÃO DA LENDA

    Quando Gwyon bebe as três gotas proibidas, tem a visão perfeita da divindade representada pos Cerridwen. Assim, é perseguido e castigado pela Deusa, que acaba engolindo-o. Dito castigo é a tradução culpabilizada da repercussão do do conhecimento: Gwydion Bach não pode suportar a visão do mundo imperfeito, e de alguma maneira se encontra exilado no mundo da relatividade, daí suas sucessivas transformações em animal e depois em grão de trigo. Porém, como tem o conhecimento perfeito, não pode morrer realmente: agora participa da divindade de Cerridwen. Por isso, Cerridwen o ingere na forma de grão de trigo. Não podia fazer outra coisa do que absorvê-lo, igual ao sacerdote católico que tem que limpar o cálice absorvendo até os menores pedaços de hóstia que tenham restado. Pois, se a divindade é esquartejada, perde seu poder. Não pode ficar dispersa, como nos indica todas as lendas de Deuses desmembrados que têm que ser reconstruídos para que o mundo recupere o equilíbrio anterior a catástrofe.

    Quando Gwyon se apodera dos segredos de Cerridwen representados pelas três gotas, se produz uma catástrofe comparável ao do nascimento. A partir desse momento, aparece a necessidade de reconstruir a unidade perdida, a necessidade de voltar atrás, até a mãe, e dessa forma se produzirá um "novo nascimento". No caso de Gwyon Bach, que não pertence a casta dos mortais, não morre, fecunda a própria mãe e renasce pela segunda vez sob o aspecto de Taliesin, o bardo que conhece os segredos do mundo e da divindade.

    A imagem da narração é clara: no final, Gwyon Bach é engolido por Cerridwen, ou seja, descreve um ato sexual (com simbólica fecundação oral).

    Gwyon volta para o seio da mãe para um novo amadurecimento, e quando renasce, é Taliesin. Cerridwen havia dado nova vida àquele que havia engolido, àquele que é ao mesmo tempo filho e amante.

    Essa é a metamorfose mais brilhante que a mulher faz o homem experimentar quando o ama, pois o ato de amor pode causar um novo nascimento. E, o ato de amor, também está vinculado a morte. O orgasmo masculino, todos os estudos médicos sobre esse ponto estão de acordo, submete o indivíduo a um estado próximo da morte. É uma pequena fração de segundo que o homem se "desconecta do real", depois do qual, já não tem mais razão de existir, pois já transmitiu seu sêmen e esse pode dar nascimento a um ser novo. "A expulsão dos produtos sexuais no ato genital", disse Freud, "corresponde quase a separação do soma e do germe; por isso a satisfação sexual total se assemelha a morte."

    Porém, essa "pequena morte" não é para o ser humano, pois o orgasmo, por mais completo que seja, não chega a satisfação total. O desejo nunca é totalmente satisfeito, que é a condição de seu renascimento. Sendo a vida um perpétuo impulso, está no desejo a sua motivação mais profunda.

    Daí surge a imagem de Cerridwen, a bruxa que nutre seu amante, para dar nascimento ao seu filho e continuidade à humanidade. Taliesin n~so é mais do que o renascimento da semente plantada por Gwyon Bach. E Cerridwen que se apresenta com características de temível e tirânica, é a Senhora que o domina.

    Essa narração, embora seja da época cristã, é baseada na crença de que o homem nada tem a ver com o fenômeno do parto, que é função específica da mulher. O homem não é considerado pai dos filhos no sentido que nós damos a esse termo, pois ignora-se  a paternidade fisiológica e o pai resulta completamente alheio ao nascimento dos filhos.

    Essa crença arcaica é característica de uma sociedade que temos a tendência de a considerar como primitiva no sentido pejorativo da palavra. Mas, na verdade, representa um estágio de civilização não necessariamente pior do que o estágio paternalista da civilização romana, ou o nosso estágio híbrido. Na sociedade matrilinear, o pai não desfruta de nenhum privilégio em relação aos filhos, e não tem portanto, direito ao seu afeto, tendo a necessidade de fazer tudo para ganhá-los. Por outro lado, não tendo as responsabilidades financeiras que envolvem uma família, se sente mais livre para deixar que seus instintos paternais se desenvolvam.

    Assim, a sociedade paternalista, insistindo sobre o papel biológico do pai, reforça todas as fontes de conflitos de natureza edípica, e destrói o equilíbrio dos instintos fundamentais que persiste na sociedade matrilinear, posto que a relação, para o pai, só pode ser uma relação desinteressada, isenta de toda autoridade. Além disso, são as sociedades paternalistas que consideram a mulher como uma máquina de prazer ou de procriação e ainda insistem sobre a sacrossanta virgindade das jovens.

    Como podemos ainda, constatar na lenda de Cerridwen, mudar a própria forma é algo que todas as Deusas Celtas podem fazer. Mas nós seres humanos também não mudamos? Todos os dias ao levantarmos, tomarmos banho e nos vestirmos, podemos estar vestindo muitas faces, dependendo da situação.

    A transmutação de forma é marketing para se alcançar resultados máximos.

    As Deusas e Deuses Celtas estão ligados a vários animais e aos Elementos. Ao transmutar-se e tornar-se Uno com um animal, a Deusa ou Deus ganha mais poder.

    Nós, como as divindades, podemos mudar de forma para amimais poderosos e de grande auxílio. Você pode se transformar em um tigre em uma reunião de vendas, acho que será de grande ajuda.

    Ao nos tornarmos todas as coisas e mergulharmos na unidade, poderemos entrar em contato com a nossa verdadeira natureza.

    Cabe também acrescentar que, Cerridwen vivia ao lado do lago e era encarregada do caldeirão do renascimento, Morgana era a Senhora do Lago que leva Artur de barco à um local nas proximidades de Avalon, com intuito de curar suas feridas.

     Cerridwen chega em nossas vidas anunciando um tempo de morte e renascimento. Quando algo está para morrer, devemos permitir que se vá para que algo novo possa nascer. Não devemos encarar a morte como um fim, mas um renascimento A nossa presença aqui é tão pungente! A pequena faixa de claridade que chamamos nossa vida está suspensa na escuridão de dois desconhecidos. Há a escuridão do desconhecido, na nossa origem. Emergimos subitamente desse desconhecido e inicia-se a faixa de claridade denominada vida Depois, há a escuridão do fim, quando desaparecemos mais uma vez de volta ao desconhecido.

     Talvez você tenha chegado ao final de um ciclo, de um relacionamento, de um emprego e esteja com medo de deixá-los ir embora. Ou até sente que está morrendo, quando apenas uma parte de você tem de dar lugar ao novo. Mas saiba, que no lado inferior da vida, sempre existirá a morte. Se viver a sua vida ao máximo, não terá medo da morte e do que ela significa, pois ela pode tornar-se o momento de libertação mais profundo de sua natureza. Quando aprender a abrir mão de certas coisas, aprenderá a morrer espiritualmente de pequenas formas durante a vida. Imagine esse ato de abrir mão, multiplicado mil vezes no momento da morte. Essa liberação pode proporcionar uma vinculação divina completamente nova. Os místicos sempre reconheceram que, para se aprofundar na presença divina do íntimo, é necessário exercitar o desprendimento. Quando começamos a nos deixar levar, é espantoso como a nossa vida enriquece. As coisas falsas as quais nos agarramos desesperadamente se afastarão, dando espaço para que somente o verdadeiro se aprofunde dentro de nós.

    A totalidade só é conquistada no momento que dissermos sim e dançarmos com a morte e o renascimento Cerridwen diz a você que sempre receberá de volta o que der a ela, portanto entregue-se e renascerá.

    RITUAL À CERIDWEN

    Cerridwen está relacionada ao renascimento e a ligação com os outros mundos. Seus rituais são realizados na Lua Minguante, que é seu símbolo. Sua cor é o negro e por isso recebe o título de NIGREDO, Senhora da Noite.  Para realizar seu ritual e dar boas vindas à lua minguante você vai precisar de :

    • 1 Vela Branca
    • 1 Vela Vermelha
    • 1 Vela Preta
    • O Caldeirão com Água
    • A Taça com Água
    • O Athame
    Folhas de Louro ou Eucalipto
    Disponha as 3 velas em forma de triângulo sobre o altar de forma que a preta fique a esquerda, a branca a direita e a vermelha no topo do triângulo, coloque o caldeirão no meio do triângulo formado pelas velas, coloque a taça abaixo do triângulo de velas então chame por Ceridwen :  

    Oh antiga Deusa que reside no Norte

     aquela que conhece o passado de todas as coisas,
    ouça o meu chamado e que
    minha invocação seja agradável aos seus olhos,
     Oh Nigudo senhora da sabedoria e compreensão.
    Ceridwen Mãe Celeste que a Lua Minguante
     seja bem vinda e que seus poderes de exterminar
    com todas as coisas negativas se espalhe sobre o mundo,
    transmutando os Karmas,
    solucionando os problemas,
    curando as doenças,
    afastando as intrigas,
    a inveja, os obstáculos e
    problemas que nos impedem de chegar a plena felicidade.
    Oh Deusa da Inspiração e Criação,
    venha em nosso auxílio!

    Espalhe as folhas de louro ou eucalipto sobre o altar coloque o athame em cima das mesmas dizendo:

    Mãe do caldeirão sagrado que sua face minguante seja bem vinda a este mundo para que tenhamos paz, saúde e bons presságios.



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    domingo, 26 de junho de 2011

    Bastet - A Deusa Gata


    Na mitologia egípcia, Bastet, Bast, Ubasti, Ba-en-Aset ou Ailuros (palavra grega para "gato") é uma divindade solar e deusa da fertilidade, além de protetora das mulheres grávidas. Também tinha o poder sobre os eclipses solares. Quando os gregos chegaram no Egito, eles associaram Bastet com Artemis e ela deixou de ser a deusa do sol para ser a deusa da lua.
    A deusa está presente no panteão desde a época da II dinastia. Era representada como uma mulher com cabeça de gato, que tinha na mão o sistro, instrumento musical sagrado. Por vezes, tinha na orelha um grande brinco, bem como um colar e um cesto onde colocava as crias. Podia também ser representada como um simples gato.
    Por vezes é confundida como Sekhmet, adquirindo neste caso o aspecto feroz de leoa. Certa vez, ordenou a Sekhmet que castigasse a humanidade por causa de sua desobediência. A deusa, que é representada com cabeça de leoa, executou a tarefa com tamanha fúria que o deus Rá precisou embebedá-la com vinho, pela semelhança com sangue, para que ela não acabasse exterminando toda a raça humana.
    O seu centro de culto estava na cidade de Bubastis, na região oriental do Delta do Nilo. Nos seus templos foram criados gatos que eram considerados como encarnação da deusa e que eram por essa razão tratados da melhor maneira possível. Quando estes animais morriam eram mumificados, sendo enterrados em locais reservados para eles.



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    Rá - O Deus do Sol


    Rá ou Ré(em egípcio: *ri:ʕu), é o deus do Sol do Antigo Egito. No período da Quinta Dinastia se tornou uma das principais divindades da religião egípcia, identificado primordialmente com o sol do meio-dia. O principal centro de seu culto era a cidade de Heliópolis (chamada de Inun, "Local dos Pilares", em egípcio), onde era identificado com o deus solar local, Atum. Através de Atum, ou como Atum-Ra, também era visto como o primeiro ser, responsável pela origem da Enéade, que consistia de Shu e Tefnut, Geb e Nut, Osíris, Seth, Ísis e Néftis.
    Nos textos das pirâmides, Rá e Hórus são claramente distintos (por exemplo, Hórus remove para o sul do céu o trono de Rá), mas em dinastias posteriores Rá foi fundido com o deus Hórus, formando Re-Horakhty ("Rá, que é o Hórus dos Dois Horizontes"), e acreditava-se que era soberano de todas as partes do mundo criado (o céu, a terra e o mundo inferior.) É associado com o falcão ou o gavião. No Império Novo o deus Amon se tornou proeminente, após fundir-se com Rá e formar Amon-Rá.
    Durante o Período de Amarna, Akhenaton reprimiu o culto de Rá em favor de outra divindade solar, Aton, o disco solar deificado, porém com a sua morte o culto de Rá foi restaurado.
    O culto do touro Mnévis, uma encarnação de Rá, também teve seu centro em Heliópolis, onde existia um cemitério oficial para os touros sacrificados.
    Segundo uma das versões do mito, todas as formas de vida teriam sido criadas por Rá, que as chamou à existência pronunciando seus nomes secretos. De acordo com outra das versões, os seres humanos teriam sido criados a partir das lágrimas e do suor de Rá, motivo pelo qual os egípcios se chamavam de "Gado de Rá". No mito da Vaca Celestial se descreve como a humanidade teria tramado contra Rá, e como ele teria enviado seu olho, na forma da deusa Sekhmet, para puni-los, que acabou por se tornar sedenta por sangue, e só foi pacificada com a mistura de cerveja e tinta vermelha.



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    quarta-feira, 23 de março de 2011

    Anúbis


    Anúbis (em grego antigo: Ἄνουβις, Anoubis) é o nome dado pelos antigos gregos ao deus com cabeça de chacal associado com a mumificação e a vida após a morte na mitologia egípcia. Na língua egípcia, Anúbis era conhecido como Inpu (também grafado Anup, Anpu e Ienpw). A menção mais antiga a Anúbis está nos Textos das Pirâmides do Império Antigo, onde frequentemente é associado com o enterro do Faraó. Na época, Anúbis era o deus dos mortos mais importante, porém foi substituído durante o Império Médio por Osíris.

    Assume nomes ligados ao seu papel fúnebre, como Aquele que está sobre a sua montanha, que ressalta sua importância como protetor dos mortos e de suas tumbas, e o título Aquele que está no local do embalsamamento, associando-o com o processo de mumificação. Como muitas divindades egípcios, Anúbis assumiu diversos papeis em vários contextos, e nenhuma procissão pública no Egito era realizada sem uma representação de Anúbis marchando em seu início.

    A esposa de Anúbis é a deusa Anput, seu aspecto feminino, e sua filha é a deusa Kebechet.


    Os egípcios acreditavam que no julgamento de um morto era pesado seu coração e a pena da verdade (tal pena pertencia à consorte de Anúbis, a deusa da verdade Maat). Caso o coração fosse mais pesado que a pena o defunto era comido por um animal com cabeça de crocodilo, mas caso fosse mais leve a pessoa em questão poderia ter acesso ao paraíso ou a alma voltar ao corpo. Anubis era quem guiava a alma dos mortos no Além.


    Osíris, após ser despedaçado pelo irmão, Seth, tem seu corpo embalsamado por Anúbis, tornando-o a primeira múmia, e fazendo com que se torne o deus do embalsamento. Os sacerdotes de Anúbis, chamados "stm", usavam máscaras de chacais durante os rituais de mumificação. Anúbis é uma das mais antigas divindades da mitologia egípcia e seu papel mudou à medida que os mitos amadureciam, passando de principal deus do mundo inferior a juiz dos mortos, depois que Osíris assumiu aquele papel.


    A associação de Anúbis com chacais provavelmente se deve ao fato de estes perambularem pelos cemitérios. O Anúbis era pintado de preto, por ser escura a tonalidade dos corpos embalsamados. Apesar de muitas vezes identificado como "sab", o chacal, e não como "iwiw", o cachorro, ainda existe muita confusão sobre qual animal Anúbis era realmente. Alguns egiptólogos se referem ao "animal de Anúbis" para indicar a espécie desconhecida que ele representava. Se você comparar com fotos do Google, Anúbis tinha a cabeça de um cão da raça Pharaoh Hound. As cidades dedicadas a Anúbis eram conhecidas pelo grande número de múmias e até por cemitérios inteiros de cães.


    A sua mãe é Néftis, que durante uma briga com o marido Seth passou-se por Isis e teve relações com Osíris.

    Anúbis é pai de Qeb-hwt, também conhecido como Kebechet.

    Em épocas mais tardias, Anúbis foi combinado com o deus grego Hermes,surgindo assim Hermanúbis.

    Fonte: Wikipédia



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    Osíris


    Osíris (Ausar em egípcio) era um deus da mitologia egípcia, associado à vegetação e a vida no Além. Oriundo de Busíris, no Baixo Egipto, Osíris foi um dos deuses mais populares do Antigo Egipto, cujo culto remontava às épocas remotas da história egípcia e que continuou até à era Greco-Romana, quando o Egito perdeu a sua independência política.

    Marido de Ísis e pai de Hórus, era ele quem julgava os mortos na "Sala das Duas Verdades", onde se procedia à pesagem do coração ou psicostasia.

    Osíris, é sem dúvida o deus mais conhecido do Antigo Egipto, devido ao grande número de templos que lhe foram dedicados por todo o país; porém, os seus começos foram os de qualquer divindade local,e é também um deus que julgava a alma dos egípcios se eles iam para o paraíso (lugar onde só há fartura).Para os seus primeiros adoradores, Osíris era apenas a encarnação das forças da terra e das plantas. À medida que o seu culto se foi difundindo por todo o espaço do Egipto, Osíris enriqueceu-se com os atributos das divindades que suplantava, até que, por fim substituiu a religião solar. Por outro lado a mitologia engendrou uma lenda em torno de Osíris, que foi recolhida fielmente por alguns escritores gregos, como Plutarco. A dupla imagem que de ambas as fontes chegou até nós deste deus, cuja cabeça aparece coberta com a mitra branca, é a de um ser bondoso que sofre uma morte cruel e que por ela assegura a vida e a felicidade eterna a todos os seus protegidos, bem como a de uma divindade que encarna a terra egipcia e a sua vegetação, destruída pelo sol e a seca, mas sempre ressurgida pelas águas do Nilo.

    Segundo Diodoro Sículo, os primeiros egípcios, logo que surgiram, olharam para o céu e ficaram com temor do Universo, e imaginaram dois deuses eternos, o Sol e a Lua, respectivamente Osísis e Ísis. Osíris significa muitos-olhos, um significado apropriado para representar os raios do Sol, que vêem tudo, tanto a terra quanto o mar. Os mitógrafos gregos, ainda segundo Diodoro Sículo, identificaram Osíris com Dionísio e com a estrela Sirius; Diodoro cita poemas de Eumolpo e Orfeu identificando Dionísio com a estrela Sirius. Segundo alguns, Orísis era representado com uma capa de estrelas, imitando o céu estrelado.

    Segundo Isaac Newton, Osíris é um nome grego; eles interpretaram o lamento egípcio 0 Sihor, Bou Sihor como Osíris, Busíris. Ele identifica Osíris com o faraó Sesac ou Sesóstris, um grande conquistador, que reinou de 1002 a.C. a 956 a.C.

    O nome Osíris deriva do grego que por sua vez deriva da forma síria Usire. O significado exacto do nome é desconhecido. Entre os vários significados propostos pelos especialistas, encontram-se hipóteses como "Aquele que ocupa um trono", "Para criar um trono", "Lugar/Força do Olho" ou "Aquele que copula com Ísis". Contudo, a interpretação considerada mais aceitável é a que considera que Osíris significa "O Poderoso".


    Deus cujo culto está atestado desde épocas muito antigas, Osíris seria oriundo de Busíris (nome que significa "Lugar de Osíris" ou "Domínio de Osíris) localidade na região central do Delta do Nilo (Baixo Egipto). Nesta localidade julga-se que Osíris substituiu um deus local de nome Andjeti, tendo herdado as suas insígnias. Osíris era em Busíris apenas um deus da fertilidade, cuja principal função era garantir uma boa colheita, personificando o ciclo da vegetação e as águas do Nilo.

    No Império Antigo Osíris adquire a vertente de deus funerário, sendo o rei defunto identificado com ele; o rei vivo era por sua vez identificado com o seu filho, o deus Hórus.

    A partir do fim do Primeiro Período Intermediário e do Império Médio ocorre aquilo que se designa como "democratização" da possibilidade de uma vida no Além, ou seja, esta deixa de estar reservada ao rei para se alargar, primeiro aos altos funcionários, e depois a toda a população. Todos os homens, independentemente da sua classe social, desde que cumprissem os ritos funerários adequados, poderiam unir-se a Osíris, conquistando a imortalidade.


    O mito de Osíris é conhecido graças a várias fontes, sendo a principal o relato de Plutarco (século I) De Iside et Osiride (Sobre Ísis e Osíris). Alguns textos egípcios, como os Textos das Pirâmides, os Textos dos Sarcófagos e Livro dos Mortos, narram vários elementos do mito, mas de uma forma fragmentária e desconexa.

    Osíris é apresentado como filho de Geb e Nut[1], tendo como irmãos Ísis, Néftis e Seth. É portanto um dos membros da Enéade de Heliópolis. Ísis não era apenas sua irmã, mas também a sua esposa.

    Osíris governou a terra (o Egipto), tendo ensinado aos seres humanos as técnicas necessárias à civilização, como a agricultura e a domesticação de animais. Foi uma era de prosperidade que contudo chegaria ao fim.

    O irmão de Osíris, Seth, governava apenas o deserto, situação que não lhe agradava. Movido pela inveja, decide engendrar um plano para matar o irmão. Auxiliado por setenta e dois conspiradores, Set convidou Osíris para um banquete. No decurso do banquete, Set apresentou uma magnífica caixa-sarcófago que prometeu entregar a quem nela coubesse. Os convidados tentar ganhar a caixa, mas ninguém cabia nesta, dado que Set a tinha preparado para as medidas de Osíris. Convidado por Set, Osíris entra na caixa. É então que os conspiradores trancam-na e atiram-na para o rio Nilo. A corrente do rio arrasta a caixa até ao mar Mediterrâneo, acabando por atingir Biblos (Fenícia).

    Ísis, desesperada com o sucedido, parte à procura do marido, procurando obter todo o tipo de informações dos encontra pelo caminho. Chegada a Biblos Ísis descobre que a caixa ficou inscrustrada numa árvore que tinha entretanto sido cortada para fazer uma coluna no palácio real. Com a ajuda da rainha, Ísis corta a coluna e consegue regressar ao Egipto com o corpo do amado, que esconde numa plantação de papiros.

    Contudo, Seth encontrou a caixa e furioso decide esquartejá-lo em catorze pedaços o corpo que espalha por todo o Egipto; em alguns textos do período ptolemaico teriam sido dezesseis ou quarenta e duas partes. Quanto ao significado destes números, deve referir-se que o catorze é número de dias que decorre entre a lua cheia e a lua nova e o quarenta era o número de províncias (ou nomos) em que o Egipto se encontrava dividido.

    Ísis, auxiliada pela sua irmã Néftis, partiu à procura das partes do corpo de Osíris. Conseguiu reunir todas, com excepção do pénis, que teria sido devorado por um ou três peixes, conforme a versão. Para suprir a falta deste, Ísis criou um falo artificial com caules vegetais. Ísis, Néftis e Anúbis procedem então à prática da primeira mumificação. Ísis transforma-se de seguida num milhafre que graças ao bater das suas asas sobre o corpo de Osíris cria uma espécie de ar mágico que acaba por ressuscitá-lo; ainda sob a forma de ave, Ísis une-se sexualmente a Osíris e desta cópula resulta um filho, o deus Hórus. Ísis deu à luz este filho numa ilha do Delta, escondida de Set. A partir de então, Osíris passou a governar apenas o mundo dos mortos. Quanto ao seu filho, conseguiu derrubar Set e passou a reinar sobre a terra.


    Alguns autores especulam que o mito de Osíris possa ter ligações com eventos históricos. Assim, Osíris seria um chefe nômade responsável pela introdução da agricultura na região do Delta. Aqui teria entrado em conflito com Seth, líder das populações do Delta. Osíris teria sido morto por Seth e vingado pelo seu filho.

    Segundo Newton, Osíris e Busíris é como os gregos interpretaram o lamento egípcio O Siris e Bou Siris; Newton identifica Osíris com vários conquistadores mitológicos: Sesac, Baco, Marte, o Hércules egípcio citado por Cícero e Belo. Sua morte é dada no ano 956 a.C., e ele é morto por seu irmão Jápeto.


    O culto de Osíris encontrava-se difundido um pouco por todo o Egito, sendo os seus principais centros cultuais Abido e Busíris, localidades que os Egípcios procuravam visitar em peregrinação pelo menos uma vez na vida.

    Em Abido realizava-se uma procissão todos os anos durante a qual a barca do deus era transportada, celebrando-se a vitória do deus sobre os seus inimigos. Nesta cidade o antigo túmulo do rei Djer seria identificado como o túmulo de Osíris.

    Os locais onde o culto de Osíris era relevante reclamavam possuir uma das partes do corpo do deus. Assim, acreditava-se que em Abido encontrava-se inumada a cabeça do deus; em Busíris estaria a espinha dorsal; em Sebenitos estaria a parte superior e inferior da parte; em Atribis, o coração; em Heracleópolis a coxa, cabeça, dois flancos e duas pernas.

    Um pouco por todo o Egito, anualmente, durante o mês egípcio de Khoaik (o que corresponde no calendário gregoriano a Outubro-Novembro) celebravam-se os "Mistérios de Osíris", nos quais se relatavam episódios do mito. Para os Egípcios tinha sido neste mês que Ísis tinha encontrado as partes do corpo de Osíris.

    Foi também adorado fora do Egito em vários pontos da bacia do Mediterrâneo, mas nunca nas dimensões que alcançou o culto da sua irmã e esposa. A popularidade do deus pode ser explicada pela ideia transmitida ao homem comum de que este poderia ter uma vida depois da morte.

    Fonte: Wikipédia



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    Ísis



    Ísis (em egípcio: Auset) foi uma deusa da mitologia egípcia, cuja adoração se estendeu por todas as partes do mundo greco-romano. Foi cultuada como modelo da mãe e da esposa ideais, protetora da natureza e da magia. Era a amiga dos escravos, pescadores, artesãos, oprimidos, assim como a que escutava as preces dos opulentos, das donzelas, aristocratas e governantes. Ísis é a deusa da maternidade e da fertilidade.

    Os primeiros registros escritos acerca de sua adoração surgem pouco depois de 2500 a.C., durante a V dinastia egípcia. A deusa Ísis, mãe de Horus, foi a primeira filha de Geb, o deus da Terra, e de Nut, a deusa do Firmamento, e nasceu no quarto dia intercalar. Durante algum tempo Ísis e Hator ostentaram a mesma cobertura para a cabeça. Em mitos posteriores sobre Ísis, ela teve um irmão, Osíris, que veio a tornar-se seu marido, tendo se afirmado que ela havia concebido Horus. Ísis contribuiu para a ressurreição de Osiris quando ele foi assassinado por Seth. As suas habilidades mágicas devolveram a vida a Osíris após ela ter reunido as diferentes partes do corpo dele que tinham sido despedaçadas e espalhadas sobre a Terra por Seth. Este mito veio a tornar-se muito importante nas crenças religiosas egípcias.

    Ísis também foi conhecida como a deusa da simplicidade, protetora dos mortos e deusa das crianças de quem "todos os começos" surgiram, e foi a Senhora dos eventos mágicos e da natureza. Em mitos posteriores, os antigos egípcios acreditaram que as cheias anuais do rio Nilo ocorriam por causa das suas lágrimas de tristeza pela morte de seu marido, Osíris. Esse evento, da morte de Osíris e seu renascimento, foi revivido anualmente em rituais. Consequentemente, a adoração a Ísis estendeu-se a todas as partes do mundo greco-romano, perdurando até à supressão do paganismo na Era Cristã.


    A pronúncia do nome desta deidade é uma corruptela do mesmo na língua grega antiga onde se modificou o nome egípcio original pela adição de um "-s" no final devido às normas gramaticais do antigo grego.

    O nome egípcio foi grafado como ỉs.t ou ȝs.t com o significado de '(Ela de o) Trono'. A sua pronúncia correta em antigo egípcio é incerta, entretanto, uma vez que o antigo sistema de escrita usualmente não previa as vogais. Com base em estudos recentes que nos oferecem aproximações com base em linguagens contemporâneas e na evidência da língua copta, a pronúncia reconstruida de seu nome é *ˈʔuː.sat (O nome de Osiris, "Usir" ou "Wsir" também se inicia com o glifo para trono ʔs ('-s').). O nome sobreviveu nos dialetos coptas como Ēse ou Ēsi, assim como em palavras compostas sobreviventes em nomes de pessoas posteriormente, como por exemplo 'Har-si-Ese', literalmente 'Hórus, filho de Ísis'.

    Por conveniência, Egiptólogos arbitrariamente decidiram pronunciar o seu nome como 'ee-set'. Por vezes também podem dizer 'ee-sa' porque o 't' final em seu nome foi um sufixo feminino, que é sabido ter sido buscado à fala durante as últimas etapas da língua egípcia.

    Literalmente, o seu nome significa "ela do trono". A sua cobertura original para a cabeça foi um trono. Como personificação do trono, ela foi uma representação importante do poder do faraó, assim como o faraó foi representado como seu filho, que se sentou no trono que ela forneceu. O seu culto foi popular em todas as partes do Egito, mas os santuários mais importantes eram em Guizé e em Behbeit El-Hagar, no Delta do Nilo, no Baixo Egito.


    As origens do seu culto são incertas, mas acredita-se ser oriundo do delta do Nilo. Entretanto, ao contrário de outras divindades egípcias, não teve desse culto centralizado em nenhum ponto específico ao longo da história da sua adoração. Isto pode ser devido à ascensão tardia de seu culto. As primeiras referências a Ísis remontam à V dinastia egípcia, período em que são encontradas as primeiras inscrições literárias a seu respeito, embora o culto apenas venha a ter tido proeminência ao final da história do antigo Egipto, quando se iniciou a absorção dos cultos de muitas outras deusas com centros de culto firmemente estabelecidos. Isto ocorreu quando o culto de Osíris se destacou e ela teve um papel importante nessa crença. Eventualmente, o seu culto difundiu-se além das fronteiras do Egito.

    Durante os séculos de formação do cristianismo, a religião de Ísis obteve conversos de todas as partes do Império Romano. Na própria península Itálica, a fé nesta deusa egípcia era uma força dominante. Em Pompéia, as evidências arqueológicas revelam que Ísis desempenhava um papel importante. Em Roma, templos e obeliscos foram erguidos em sua homenagem. Na Grécia Antiga, os tradicionais centros de culto em Delos, Delfos e Elêusis foram retomados por seguidores de Ísis, e isto ocorreu no norte da Grécia e também em Atenas. Portos de Ísis podiam ser encontrados no mar Arábico e no mar Negro. As inscrições mostram que possuía seguidores na Gália, na Espanha, na Panónia, na Alemanha, na Arábia Saudita, na Ásia Menor, em Portugal, na Irlanda e muitos santuários mesmo na Grã-Bretanha. Ísis representa o amor,a magia e os misterios da região.


    A maioria das divindades egípcias surgiu pela primeira vez como cultos muito localizados e em toda a sua história mantiveram os seus centros locais de culto, com a maioria das capitais e cidades sendo amplamente conhecidas como lar dessas divindades. Ísis foi, em sua origem, uma divindade independente e popular estabelecida em tempos pré-dinásticos, anteriormente a 3100 a.C., em Sebennytos no delta do Nilo.

    No Egito, existiram três grandes templos em homenagem a Ísis:

        * em Behbeit el-Hagar, no delta do Nilo, atualmente em ruínas;
        * em Dendara, no Alto Egito, onde existe um santuário a Hathor parcialmente preservado;
        * em Filas.

    Na ilha de Filas, no Alto Nilo, o culto a Ísis e Osíris persistiu até ao século VI, ou seja, muito tempo após a ascensão do Cristianismo e a subseqüente supressão do paganismo. O decreto de Teodósio (c. de 380) determinando a destruição de todos os templos pagãos, não foi aplicada em Filas até ao governo de Justiniano. Essa tolerância foi devido a um antigo tratado celebrado entre os Blemyes-Nobadae e Diocleciano. Todos os anos, eles visitavam Elefantina e, em determinados períodos levavam a imagem de Ísis rio acima para a terra dos Blemyes para fins divinatórios, devolvendo-a em seguida. Justiniano enviou Narses para destruir os santuários, prender os sacerdotes e arrestar as imagens sagradas para Constantinopla. Filas foi o último dos antigos templos egípcios a ser fechado.

    Eventualmente templos a Ísis começou a se difundir além das fronteiras do Egito. Em muitos locais, em especial em Biblos, o seu culto assumiu o lugar da deusa semita Astarte, aparentemente pela semelhança entre os seus nomes e atributos. À época do helenismo, devido aos seus atributos de protetora e mãe, assim como ao seu aspecto luxurioso, adquirido quando ela incorporou alguns dos aspectos de Hathor, ela tornou-se padroeira dos marinheiros, que difundiram o seu culto graças aos navios mercantes que circulavam no mar Mediterrâneo.

    Através do mundo greco-romano, Ísis tornou-se um dos mais significativos mistérios, e muitos autores clássicos fazem referência, em suas obras, aos seus templos, cultos e rituais. Templos em sua homenagem foram erguidos na Grécia e em Roma, tendo sido colocado a descoberto um bem preservado exemplar em Pompéia.

    Da mesma forma, a deusa árabe "Al-Ozza" ou "Al-Uzza" (em árabe, العُزّى - al ȝozza), cujo nome é semelhante ao de Ísis, acredita-se que seja uma manifestação sua. Isso, porém, é entendido apenas com base na semelhança entre os nomes.


    Existem 3 templos feitos para a adoração de isis. Pouca informação chegou até nós acerca dos antigos rituais egípcios. Entretanto é claro que os oficiantes de seus cultos foram sacerdotes e sacerdotisas ao longo de sua história. Até ao período greco-romano, muitos deles eram curadores e teriam exercido outros poderes especiais, incluindo a interpretação dos sonhos e a capacidade de controlar o tempo atmosférico, o que faziam através de tranças ou penteados nos cabelos. Esta última habilidade era conceituada, uma vez que os antigos egípcios consideravam que os nós tinham poderes mágicos.

    De modo a ressuscitar Osíris com o fim de gerar um filho, Hórus, era necessário a Ísis "aprender" magia (que por muito tempo havia sido um atributo seu, antes do surgimento do culto a Ra), e então passou a afirmar-se que Ísis enganou Ra (Amon-Ra ou Atum-Ra), fazendo com que este fosse picado por uma serpente egípcia - para o que apenas ela possuía a cura -, para que este lhe dissesse o seu nome "secreto". Os nomes das divindades eram secretos, de domínio apenas dos altos líderes religiosos, uma vez que esse conhecimento permitia invocar o poder da divindade. Que ele fosse usar o seu nome "secreto" para "sobreviver" implica que a serpente tivesse que ser uma divindade mais poderosa do que Ra. Ora, a mais antiga divindade conhecida no Egito foi Uadjit, a cobra egípcia, cujo culto nunca foi suplantado na antiga religião egípcia. Como uma divindade da mesma região, teria sido um recurso benevolente para Ísis. O uso dos nomes secretos tornou-se um elemento central nas práticas mágicas egípcias do período tardio, e Ísis é invocada muitas vezes para que use "o verdadeiro nome de Rá" durante os rituais. Ao final do período histórico do antigo Egito, após a sua ocupação pelos gregos e pelos romanos, Ísis tornou-se a mais importante e poderosa divindade do panteão egípcio por causa de suas habilidades mágicas. A magia é um elemento central em toda a mitologia de Ísis, possivelmente mais do que para qualquer outra divindade egípcia.

    Antes desta alteração tardia na natureza da religião antiga egípcia, a lei de Ma'at havia orientado as ações corretas para a maioria dos milhares de anos de religião egípcia, com pouca necessidade de magia. Thoth era o deus que recorria à magia quando era necessário. A deusa que detinha o papel quadruplo de curadora, protetora dos vasos canopos, protetora do casamento, e senhora da magia anteriormente havia sido Serket. Ela então foi considerada como atributo de Ísis, pelo que não é de surpreender que Ísis tinha um papel central nos rituais e feitiços egípcios, nomeadamente os de proteção e cura. Em muitos feitiços, essas atribuições são inteiramente fundidas, mesmo com as de Hórus, uma vez que invocações a Ísis supostamente envolvem automáticamente poderes de Hórus. Na história do Egito a imagem de um Hórus ferido tornou-se uma característica padrão de feitiços de Ísis de cura, em que geralmente se invocam os poderes curativos do leite de Ísis.
    Fonte: Wikipédia


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    Palavras, versos, textos e contextos, Elos de uma corrente que nos une


    Obrigada, amigos!

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