sábado, 2 de abril de 2011

Conto: As Rosas - Glal



Durante séculos,eu estive sozinho na face desta terra;desde quando eu conheci as trevas nesta eterna morte,eu andei triste,acompanhado pela solidão.Cansado de lutas,de guerras,de intrigas,de vitórias e derrotas,eu queria voltar a sentir algo humano,puro e forte;a chama da vida,a chama do amor.
Há pouco tempo,eu conheci uma jovem bela,de olhos belos e verdes;parecia que ela havia colocado algum tipo de feitiço em mim,pois eu estava hipnotizado pelo seus olhar profundo;séculos de morte e enfim eu havia sentido algo diferente.Eu a chamo de Rose pois ela adora flores e rosas,e é tão bonita quanto elas.Temos nos encontrado constantemente e eu já tomei minha decisão:farei com que ela viva para sempre,que seja abençoada e amaldiçoada pela eternidade,para eu poder olhar os seus olhos em todas as noites de minha existência.E então,poderei ficar em paz e me esquecer do mundo a minha volta.Da última vez que nos vimos,lhe dei uma rosa branca:
-Tome Rose,uma rosa para outra rosa.
-Eu adoro quando você me chama assim Adrian!Como ela é bonita!-diz ela sorrindo.
-Ela representa a sua pureza;enquanto você estiver pura,esta rosa ficará branca.-digo olhando nos olhos dela.

Ela me abraça.Seu corpo quente me aquece como uma fogueira,e minha carcaça fria não consegue resistir a este calor;eu a abraço e me entrego a ela...Tempo depois,após  despedir-me,dirigo-me para o castelo do ser mais forte desta região;irei pedir autorização para transformar Rose num ser eterno.Apesar de amá-la muito,as leis estão acima de tudo.Após ser recepcionado pelos mordomos aguardo a presença dele;então depois de um tempo,ele aparece.
-Diga Adrian,o que deseja?diz ele,muito direto como sempre.
-Venho pedir-lhe permissão para fazer uma cria.
-Mais uma?Esta é a oitava cria que você me pede!Nem mesmo eu tenho tantas!Já não basta?-diz ele, já demonstrando irritação.
-Todas as outras foram destruídas,ou então eu mesmo as destruí por se rebelarem contra mim.Peço mais esta cria apenas.
-Não!Já basta!Você ultrapassou todos os limites!Escolha as suas crias com mais inteligência!Você não tem permissão para fazer tal cria!
-Peço-lhe mais uma vez...
-Basta!Não acredito que tirou-me dos meus deveres para falar sobre algo tão banal!Por hora é isto.-E deu-me as costas,como se não houvesse ninguém a sua frente.

Minha ira se acendeu.”Banal”,disse esse maldito?Quem ele pensa ser,chamando Rose de algo banal?Apesar dessa minha ira,não ouso enfrentá-lo em combate;há rumores de que ele é um ser letal,extremamente perigoso.Nunca o vi em ação,mas sua fama é gigante.Diante destas coisas,me retiro de seu castelo sem tentar nada.Volto para meu refúgio,um pouco irado ainda e reflito um pouco.Meu amor por Rose,é maior do que o poder desse ser insolente;talvez,eu possa sair dessa região e levá-la comigo.Sim,a transformarei numa filha da noite e então,sairemos da cidade;ninguém precisa saber da minha nova cria...
Noite seguinte.Eu a visito sem avisá-la com antecedência.Ela ficou surpresa.

-Adrian?Que surpresa!Você nunca veio duas vezes seguidas.Aconteceu alguma coisa?
-Não amor,nada demais;é que as vezes,a sua ausência é muito forte pra mim.Lembra-se da rosa que lhe dei?
-Claro.Ela está ali.Porque?
-Por nada.Aqui está mais uma,agora vermelha.
-Hum,que lindo.Você disse que a rosa branca representava minha pureza;e esta,o que representa?-pergunta ela,em sua inocência,sem saber que o vermelho significava o sangue que ela iria derramar;pelo sangue iria morrer,pelo sangue iria viver dali em diante.
-Esta não tem significado-minto eu-Ela é bela,e lembrei de você quando a vi;por isso a trouxe para você.
-Sei.Venha,entre.Vou pegar algo para bebermos.
-Certo.

Enquanto ela pega a bebida,me vejo em meio a conflitos;a lei ou o amor?O que devo fazer?Desperdiçar sua beleza e amor seria algo monstruoso;por outro lado,infringir a lei causaria um choque com aquele ser misterioso.Enquanto penso,ela se aproxima e senta ao meu lado;seus olhos me fazem tomar a decisão.

-Rose,você quer viver para sempre comigo?
-Adrian...casamento?Só nos conhecemos faz alguns meses!
-Eu sei,eu sei...mas eu me decidi,e quero viver com você...eternamente.

Ela olha nos meus olhos e sorri.

-Sim,eu também quero viver com você para sempre!

Então abro um sorriso.Será agora;ela dormirá para a vida,e acordará para a morte.Aproximo-me dela e efetuo a mordida em seu pescoço.Ela sofre com a perda de sangue,e logo está pronta entre a vida e a morte;coloco um pouco do meu sangue em sua boca.Pronto;está feito.Agora,o tempo fará sua parte.Minha consciência pesa no momento seguinte ao ritual,mas não tenho tempo para me arrepender agora;confesso também que me percebo nervoso como poucas vezes tinha ficado.Levo-a em minha carruagem para meu abrigo,já preparando-me para partir.Em minha mansão estamos seguros,pois ela fica longe de tudo e poucos a conhecem.Poucos.
Ela ainda está dormindo;já se passara quase uma hora.Tudo se encontra arrumado para partirmos.Eu a coloco na carruagem e preparo-me para partir;quando subo no cavalo,eu percebo que uma densa névoa toma a frente da minha mansão.Por um momento não entendo o que possa ser aquilo,mas após uma rápida reflexão,eu concluo que só possa ser ele.Então,as névoas se dissipam.Ele está ali,parado,olhando para mim;sua figura está meio turva e seus olhos vermelhos brilham.Desço do cavalo e vou em sua direção,pois sei que é inútil fugir;até porque,nunca deixaria Rose sozinha.Agora ela precisa de mim.
-Você me decepcionou,Adrian.Eu esperava mais de você.
-Pois saiba que é justamente isso que eu esperava de sua pessoa.-digo em um tom firme,tentando não demonstrar medo.
-O que quer que eu faça?Eu sou a lei aqui;minhas palavras são leis,minha vontade é a própria lógica daqui.Você quebrou minhas palavras;por isso,seu nome será apagado da história,ninguém nunca ouvirá seu nome e nem saberá desta luta.Sumirás do espaço,esquecido serás no tempo.
-Basta.Tente colocar em prática suas fúteis palavras.

Imediatamente,tomamos a forma de grandes bestas;os monstros acordaram.A batalha inicia-se com intensidade;nos atiramos um contra o outro com ódio e fúria.Depois de alguns segundos,logo percebo sua superioridade;ele é mais ágil,mais forte,mais poderoso;era verdade o que diziam.Logo,suas garras me atingem e atravessam minha barriga,provocando um ferimento mortal.Sabendo ele da rápida regeneração que eu possuía,tenta me atacar rapidamente;então,levanto vôo para afastar-me,o que logo se mostraria uma tática inútil,pois ele voa em minha direção tão rapidamente,que não me concede tempo para defender-me;ele me joga para dentro da mansão.Quebrando a janela,caio no quarto e fico no chão.Ferido e fraco,já não consigo me levantar.Ele vem devagar,voando e olhando para mim.A velocidade do término da batalha me impressiona;ele veio realmente determinado a me impedir.Sua força superou meu amor por Rose.
-Acabou Adrian.Aceite sua derrota perante a minha força.Fique quieto,para eu aplicar o último golpe.
Suas palavras me enfraquecem ainda mais;minha força e minha esperança vão me abandonando pouco a pouco, como a água que sai de um balde deitado...Desculpe Rose.Não consegui realizar nosso sonho.Desculpe,desculpe...desculpe.Deito minha cabeça no chão,e fecho os olhos.
-Muito bem.Foi uma honra destruir você.Adeus.

Diferente do que faz geralmente,ele não empala Adrian;ele o decapita com um só golpe e leva sua cabeça.Então a pendura no topo da mansão.Sua forma de monstro vai sumindo,assim como sua fúria;então ele percebe um movimento na carruagem e vai verificar.Ao chegar,percebe que uma bela moça está acordando;ela é a cria que Adrian queria levar sem sua autorização.Ele deveria destruí-la,mas sua beleza o faz mudar de idéia no último instante;ele se agacha e pega uma rosa do jardim,tornando-a negra.Ao acordar, ela percebe um homem agachado com uma rosa nas mãos,olhando-a firmemente nos olhos.Assustada,começa a fazer inúmeras perguntas:
-Quem é você?Onde estou?Onde está Adrian?-diz bem rapidamente e com um rosto surpreso.
-Se acalme minha jovem,tudo está bem agora.Não precisa ter medo.Tome,pegue esta rosa negra,tão bela quanto você.Sua beleza enfeitará as noites frias e escuras, assim como esta rosa.-diz ele,olhando-a nos olhos profundamente,quase vendo sua alma.-Me diga jovem,como é seu nome?
-Pode me chamar de Rose.E você?Qual é seu nome?
-Vlad.Vlad Teppes.




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